Além do calendário com as datas dos dias, vale a pena prestar atenção ao calendário baseado em observações da natureza. Será útil para trabalhar no jardim.
Confiamos em tantas inovações técnicas e nas conquistas da civilização que paramos de perceber e compreender o mundo natural ao nosso redor. No passado, os sinais dados a nós pela natureza eram uma pista valiosa que nos ajudava a planejar o trabalho de jardinagem e agricultura. Nossos ancestrais não tinham acesso à televisão ou à Internet, então não podiam contar com as previsões do tempo. No entanto, eles observaram a natureza e souberam usar sua orientação.
Curiosamente, os sinais dados pela natureza costumam ser mais confiáveis do que as informações que recebemos hoje da mídia moderna. A natureza sempre foi guiada por sua própria sabedoria, por isso as plantas floresciam e se desenvolviam uma após a outra em uma ordem específica (mesmo que uma das estações se atrasasse), e os animais se multiplicavam na hora certa ou se preparavam para o inverno.
Guindastes, cegonhas e gansos sem calendário sabiam quando se aproximava a hora de sua partida para países mais quentes, e os de inverno floresceram 6 semanas antes das primeiras geadas, embora não soubessem a previsão do tempo. Existem muitos exemplos desse tipo na natureza, então vale a pena dar uma olhada na natureza e ouvir o que ela tem a dizer.
Estações de acordo com o calendário fenológico
Os cientistas também apreciaram o poder da natureza e começaram a examiná-la mais de perto. Foi assim que surgiu o ramo da ciência denominado fenologia, que estuda a relação entre os fatores climáticos e as mudanças do clima, o comportamento animal e o desenvolvimento das plantas. As observações dessas dependências (inclusive em jardins fenológicos), permitiam inclusive estabelecer estações fenológicas, totalmente independentes de nosso calendário (a diferença entre regiões do país pode ser de até um mês) e baseadas principalmente no desenvolvimento das plantas e do comportamento animal.
Descobriu-se que de fato é possível distinguir não 4, mas mais de 8 estações (algumas fontes chegam a dizer 12). E sim:
- arauto do início da primavera floração avelã, floco de neve, floco de neve, anêmona da madeira, coltsfoot ou hepatica,
- o início da primavera é a época da floração do dente-de-leão, da cerejeira e da prímula e do aparecimento das primeiras folhas nas bétulas,
- a plenitude da primavera é anunciada por castanheiros floridos e lilases,
- gafanhoto preto florescendo no início do verão e erva de São João,
- tília de folhas pequenas de verão,
- o início do outono é conhecido pelas urzes em flor e pelo inverno no outono, bem como pelos frutos maduros dos castanheiros,
- o outono é caracterizado pelo amarelecimento e queda das folhas de castanheiro, tília de folhas pequenas e bétula prateada.
- o inverno é a dormência completa das plantas.
Amostras de datas de alguns trabalhos de jardinagem
Podemos usar com sucesso todas essas dicas naturais na prática, semeando e plantando plantas em tempo hábil e realizando trabalhos de cultivo (calendários, guias fenológicos e nossas próprias observações ajudarão nisso).
Por exemplo, devemos começar a semear beterraba quando as cerejas começam a florescer no jardim, a forsítia está em plena floração e as primeiras folhas aparecem nos arbustos de groselha, groselha e bétula. A semeadura do milho e o plantio da beterraba devem coincidir com o início da floração do dente-de-leão e da groselha preta.
Planejamos cortar as rosas durante a floração da forsítia.
O calendário da "natureza" e as pragas
De forma semelhante, podemos prever e determinar o tempo de aparecimento de pragas no jardim, o que nos permitirá proteger as plantas de forma mais eficaz. Os insetos adaptam seu ciclo de vida ao desenvolvimento das plantas hospedeiras e aparecem nelas exatamente quando podem contar com uma abundância de alimentos na forma de folhas jovens, botões suculentos ou lindas flores.
Por exemplo, o fim da floração do castanheiro e o início da floração da vassoura coincidem com a descarga maciça do buxo e a sua postura nos arbustos de buxo.
Por outro lado, as fêmeas dos gorilas põem seus ovos nos lariços, quando o viburno termina sua floração, e as larvas nascidas deles começam a se alimentar quando a forsítia termina de florir e a amígdala e a cerejeira começam a florescer.
Os pulgões e favos de mel, por outro lado, aguardam o estouro dos botões, dos quais podem se alimentar livremente.
Com base nessas observações, calendários de proteção de plantas até mesmo foram desenvolvidos, indicando quando aplicar preparações específicas (por exemplo, na fase de botão rosa).